quinta-feira, 12 de junho de 2008

SONETO 03 - O BOIADEIRO.

Onde vais...
homem do chapéu de couro!
Com tanta contiga, com tanto agouro.
Num gesto simples carregando um tesouro.

Couro na sua vida,
Enfeitando a solidão.
Vestido num casaco de couro.
E, com um laço na mão.

Gesto nobre e alegre
Vai embora pro sertão,
Soltando os seus gemidos, alegrando a solidão.

Tu és pobre, tu és nobre,
És a pérola de ação.
Vai embora boiadeiro, pro reino do teu sertão.


Jacobina, 12/05/1976 Alfredo Dy Dai.

SONETO 02 - A ANDORINHA

Numa tarde sombia,
Lancei um olhar.
Estava no espáço, Comecei a fitar.

Uma pobre andorinha,
Arquejante de amor.
Estava tão solitária
Vários gemidos soltou.

Horas tristes como as tardes,
Ningém pode nem pensar,
Aquela triste andorina, gemidos soltou sem parar.

Comparei os seus gemidos
Como uma rosa no mar
Era amor, era saudade, de um belo dia voltar.


Jacobina,12/05/1976. Alfredo Dy Dai.

poesia 23 - SENTIMENTO DO PASSADO

Quero falar-lhe!
A voz não soa.
Não sei o que lhe diga em meu degredo.
Me sinto acorretado,
Como prisioneiro infeliz,
Contando minutos por minutos,
Nas horas de solidão.
Longe dos homens e das coisas,
A vida é vazia e insentida.
Mas, através das asas da imaginação
Que carrega uma linda canção,
pelos caminhos do passado...

E, na sonoridade de tua voz
Deferidos aos açoites do vento,
Nas folhagens das árvores,
Sobre o túmulo onde jazia o meu passado.


Jacobina, 01/04/1976. Alfredo Dy dai.

POESIA 22 - ESCRAVO DO AMOR.

ESCRAVO DO AMOR

Porque tudo mudou,
Se em nada mudei.
Porque maltratar-me,
Se um pouco chorei.
Silêncio! lábios que ferem,
Mãos que maltratam,
Mãos que semeiam o desprazer.
Dizes o que queres,
Acorrenta-me se quizes,
pois sou escravo do teu amor.

Poesia criada e recitada, na peça sobre "Castro Alves"
Jacobina - 05/05/1976 - no CEDBC.
Alfredo Dy Dai.

POESIA 21 - A SÊCA NAS CAATINGAS



Vejo a tristeza que paira nos olhos cacimbados.
Pelo intenso brasido da luz solar,
e, a impiedosa luz, sempre a derramar
Seus raios nos morros, sempre a ofuscar.

Sem uma fôlha nos crispados galhos.
E as pedras sempre a xispar.
Onde a alma da lagoa esturricada,
Pela chuva põe-se a bradar.

Olhos que voltam para o adeus do lar abandonado,
Numa profunda zombaria da vida,
Estão umedecidos pelo pranto.

Mas, lágrimas não mitigam sêde,
Os olhos enxugam no lenço de fogo,
Onde bradam a Deus com tanto arrogo.

As vezes na estrada.
Envolto em miseráveis mulambos,
O cadáver dorme sob apoteose de luz,
Ou sob o brilho das pálidas estrêlas!

Na tortura do estômago sem alimento,
E da garganta sem o alivio de uma gôta d'água,
Morre sobre o ingrato chão do carrasco.
O leito da ventura, para o desgraçado.

Jacobina 21/06/1976. Alfredo Dy Dai.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

POESIA 20 - HOMENS.

HOMENS.

Homem de mármore,
Os músculos, marmóreo também.
Não foram feitos para explodirem,
Na face delicada da moça insensata.
Que tem os cabelos nevados,
As mãos brancas como tapioca.
O coração gelado,
Também petrificado,
Como as rochas do deserto,
Ou coisa assim, mas, você não!
Homem de mármore.
Teus músculos refeitos pelo sol,
Transmite ternura e carinho.
E, tu moça insensata
Pode esvair pelo mundo afora,
A tua índole de filistéia.

Salvador, 08/03/83 Alfredo Dy Daí.

POESIA 19 - NA CATEDRAL

NA CATEDRAL

Hoje um sino tocou.
Tua alma repleta de paz.
O mundo em volta cinzento e frio.
Teu coração bate repleto de paz.
Teus desejos atendidos.
Teu pensamento foge!
Para longe da alma absorta.
Teu coração enfeitado de flores!
E dia de paz.
E dia de amor,
O sino toca, hoje teu aniversario!!!
Teu coração bate sereno de paz e amor.
Parabéns!!!!!!!!!
Pelos teus anos de paz, conquistas e amores!!!
Feliz Aniversário!!!!!!!

V.C. 01/11/2006 Alfredo Dy Daí. 2006.

PRECE 01 - PARA SEU ANJO DA GUARDA.

PRECE DO ANJO DA GUARDA

Espíritos Sábios, bem fazejos e mensageiros de DEUS.
Que tendes por missão amparar os homens e guia-los pelos bons caminhos.
Sustentai-me nas provações desta vida.
Da-me a força de sofrer sem murmurar.
E livra-me dos maus espíritos que tendem a induzir-me ao mal.
Esclarecei-me a minha consciência sobre as minhas faltas,
E tira dos meus olhos a venda do orgulho.
Que poderia impedir de percebê-las
E, confessar a mim mesmo.
E especialmente vós meu anjo da guarda,
Que muito em particular zelai por mim.
E, todos vozes espíritos protetores.
Que por mim interessais,
Fazeis que os tornem dignos da tua proteção.
Conheceis as minhas necessidades,
Que ela seja satisfeita,
Como forem os desígnios de DEUS.

POESIA 18 - SOU......

Bata-me
Bata mais,
Poe mais força.
Abra a tua mão de gigante.
As minhas nádegas macias,
Foram feitas para ti.
Abra a tua mão e bata-me.
Não sinto dores,
Quero sofrer mais.
Quero o calor das pancadas,
Dos homens,
Das mulheres,
Das crianças.
Preciso ser esbofeteada,
Para sentir em mim,
A alegria de ser.
Bata-me!
Bata-me! Sou (Peteca) PE...TE...CA....


SSA - 04/03/83 Alfredo Dy Daí.

POESIA 17 - LAÇOS.

LAÇOS


Diante de tantos dissabores,
Nossas vidas realçam, entrelaçam,
Como nós de uma tapeçaria.
Com os tons dos amores,
Sem vida, sem cores.
Assim somos nós.
Almas que alimentam,
Que buscam,
Que amam.
Que rolam nas colchas,
Brancas e macias,
Quando entrelaçados,
Nos braços, nos abraços,
Se amam e se confundem.



VC. 17. 02.1993 Alfredo Dy Dai.

POESIA 16 - ÁRVORE.

ARVORE



Chora galho de arvore criança.
Um malvado homem a cortou.
Os teus braços, o teu sangue incolor,
Escorre, respinga galho a galho!
Folha a folha e vai banhar o solo infértil.
Pois também o destruíram da sua proteção.
E agora você!
E ele depois chora,
Ao meio no deserto
Qual construiu.










SSA. 07/01/87. Alfredo Dy Dai.

POESIA 15 - ANJO DAS PERNAS TORTAS.

ANJO DAS PERNAS TORTAS.
Para meu Filho: Fábio C. Santos.

Como o anjo mais rebelde
De pernas tortas e jeito infantil.
A tua meiguice angelical
Combina com tuas pernas.

O teu mundo é uma bola celeste.
Quer sapatear e chutar estrelas
Chuta a bola celeste e....
Lá vai ele
O anjo das pernas tortas,
Meu moleque.
Mais um drible
E grita goooool!
Do fundo da garganta golasco.
Pra ele foi mais um furação canhoto
Que dispara rumo ao sol.
E, lá vai ele.
De repente para! Cansado...
Estafado, me beija,
Suado me envolve de amor e dorme.
Junto a outro anjo,
O anjo azul,
Ao balanço da rede
No vai e vem entorpeante
E, sonha a noite inteira
Com o goooool.

Alfredo Dy Daí. Salvador, 25/11/1988.

POESIA 14 - EU E TU

E, eu na noite!
Tu! Na noite!
Vazia...
A lua sem segredo,
Teu medo.
Acelera o palpitante coração.
Toco na tua mão macia.
Arrepia meu corpo inteiro.
E, eu na noite vazia,
Buscava o calor do teu corpo.
Que se esvai, em meio a neblina.
Apenas a silhueta do teu corpo,
Fica na mente conturbada pelo álcool,
E, se esvai, na neblina forasteira e sagaz.
Apenas a lembrança de quem ama e foge.




Alfredo Dy Daí. 12/03/1999.

POESIA 13 - EU, ELA E EU.

Para minha Mãe: Daí.

Furioso e manso,
Calado, gentil.
Morno como a cauda do cometa.
Aqueça minhas tetas,
Onde beberei o leite magmático,
Do meu vulcão,
Da minha paixão,
Sofrida.
Incontida.
Busquei em ti.
Quando quis ser eu de novo.
Não pude me tornei ovo.
E, dai me transformei.
Feito mitoses de sonhos,
Não sei se ela ou eu.
Larvas de sonhos e amores
Quando expelia em dores,
Teu útero me fez nascer.




SSA - 1980. Alfredo Dy Dai.

POESIA 12 - NA CATEDRAL

Hoje um sino tocou.
Tua alma repleta de paz.
O mundo em volta cinzento e frio.
Teu coração bate repleto de paz.
Teus desejos atendidos.
Teu pensamento foge!
Para longe da alma absorta.
Teu coração enfeitado de flores!
E dia de paz.
E dia de amor,
O sino toca, hoje teu aniversario!!!
Teu coração bate sereno de paz e amor.
Parabéns!!!!!!!!!
Pelos teus anos de paz, conquistas e amores!!!
Feliz Aniversário!!!!!!!

V.C. 01/11/2006 Alfredo Dy Daí. 2006.

POESIA 11 - MINHA ESTRELA SÍRIUS

Massas de ventos solares
Transforma nebulosas planetárias
Em frias noites solares
Que perdem a cada dia, suas massas.
Tornando-se nebulosas brancas
Um gás quente flutua do seu interior, onde
A força da gravidade, seqüestra de forma orbital
A energia e se degeneram.
Como a luz do meu coração nebuloso.
Buracos negros, estrela neutras, sem hidrogênio.
Resistências mútuas de elétrons desintegrados,
Pois “tu és do pó e ao pó voltarás”.
Como a poeira dos ventos solares
Estavas nas cinzas, transformando Hidrogênio em gás hélio e a este fundindo-se em Deutério.
Minha anã mais bela, como a Sírius luminosa do Natal.
Teu brilho me faz viver feliz.



Alfredo Dy Daí. V.C. 11 de março 2007.

POESIA 10 - LADRÕES.

LADRÕES.


I

Rouba um olhar flertivo
Em meio à escuridão.
Pois sente talvez,
Uma melhor descontração.


II.

Com físico perfeito
E, mãos de veludo.
Os olhos são opalinos!
Ou, púrpura! Não as destingui.

III.

Rouba um olhar flertivo.
Em plena sensação.
E, os suspiros vieram,
Com novo encantamento.

IV.

Ao roubar em pleno sol.
A gente se sente culpado.
Mas, ninguém importa.
Pois somos eternos ladrões.
De amor!!!



Alfredo Dy Daí. SSA. 11/11/1980.

POESIA 08 - MEU REIZINHO.

MEU REIZINHO

Para meu filho: Fabrício C. Santos (Cinho meu rei).


Meu reizinho não é de OURO.
Meu reizinho não é de PAUS.
Meu reizinho não é de COPA.
Meu reizinho é de carne e osso.
Meu reizinho moreno e dorminhoco.
Meu reizinho tem sonhos doirados.
Meu reizinho tem sonhos de Anjo e criança.


V.C. 15/03/99 ........................Alfredo Dy Daí.

POESIA 07 - SINDROME.

SÍNDROME


Estou louco.
Estou louco de amores.
Quando beijei tua boca.
Também louca,
De desejos e desenganos
Beijou-me o lado que não era teu.
E, eu bipartido, sofrido.
Espargi minh’alma até o firmamento,
E, de lá não sei para onde fui.
Só sei que fui louco!
Por você.






SSA, 04 de março 1983. Alfredo Dy Dai

POESIA 06 - O AMOR E O TEMPO.

O AMOR E O TEMPO


Surgi entre as flores,
Mirei-me no espelho do sol,
Mas, não consegui ver-me belo.
Pois, adormeci com o tempo!

O tempo passou e eu dormindo.

O verão acabou e, eu despertei.
Era o inverno que me pulverizou
Com gotas de neblina.
Dormi, acordei.
E brotei entre as flores
No jardim do teu coração.
Acordei sadio e puro
Porque o amor não morre:
Adormece para acordar mais belo.



Alfredo Dy Daí –
Publicado: Jornal Correio da Serra –
Jacobina – Bahia - 15 de Abril de 1978.

POESIA 05 - COMUNHÃO

COMUNHÃO

Quero comungar os meus desejos
Sentimentos fraternos nos teus beijos.
Beijos de gratidão.
Que faz voar mundos afora
Pensando em te,
Na tua dedicação, no teu amor ao próximo.
E nas noites do meu sudoeste,
Perambulando ruas afora
Aquecendo almas viventes com teus caldeirões de sopa.
Que mata e alimenta!
Que nutre e faz viver almas, que no acaso do destino,
Obstinadas e loucas
Liberdade dos sem tetos,
Que perambulam ruas afora
E que comungam o descaso da sorte,
Nos becos,
Nas esquinas,
Nas calçadas,
E nas sarjetas.
No vento frio do meu sudoeste, a fome, a miséria, a peste.
E, tu! Com a tua afeição apostoláica,
Estende a tua mão,
Que alimenta e mata.
Nesta comunhão de dar e não receber nada em troca!
Então DEUS lhe pague na eternidade.


Vitória da conquista,16.05.97. Alfredo Dy Daí.

POESIA 09 - ISTO NÃO É FELICIDADE.

Eu amei, mas não fui amado.
Eu busquei e não fui buscado.
Eu beijei e não fui beijado.
Eu fui você, quando podia se eu!
Eu gritei em vão na escuridão absal.
Quando podia buscar o meu amor,
E, você se foi...
Foi buscar o que não podia ter.
O teu amor patético, caótico! não?
Você merece a solidão!
Que te assola!
Se te contentas em esvoaçar o mundo
Deixando marcas e feridas...
Alheia aos sofrimentos alheios.
Teu coração! de pedra! já não permites amar.....
Mas... até as pedras dão flores.
Quando acordar da tua viagem.
A irreversibilidade de teus sentimentos fortuitos,
Não mais permites
E... acabarás, só.... só ....sem o teu amor!
Que se foi.......


VC. 25/12/2007. Alfredo Dy Daí.